O impacto da pandemia global da COVID-19 na indústria de bens de luxo tem sido dramático. As marcas de relógios de luxo estão, por isso, a experimentar novas formas de comunicar com os seus consumidores e de vender, observando-se o aparecimento de novas tendências nas vendas do setor de luxo, nomeadamente a transição para o digital.
No último relatório da consultoria Bain & Company em colaboração com a Fondazione Altagamma, a fundação italiana da indústria de bens de luxo, percebe-se que o principal mercado de bens de luxo pessoal contraiu pela primeira vez desde 2009, caindo 23% para 217 mil milhões de euros, marcando o maior declínio registado desde que a Bain começou a seguir a indústria.
O estudo concluiu, também, que a crise tinha agravado as “mudanças já críticas do padrão de consumo” no segmento dos relógios de luxo, que viu uma queda de 30% para 27 mil milhões de euros. Combinado com os últimos números da Federação da Indústria Relojoeira Suíça, que relatou que as exportações de relógios suíços continuaram a diminuir em outubro e que nos 10 meses do ano, as exportações tinham caído 25,8% – o declínio mais acentuado jamais registado nos últimos 80 anos.
Contudo, as vendas online aumentaram, levando muitas marcas a acelerar o salto para o digital e a apostar no comércio virtual. Em 2020, as vendas online conseguiram 49 mil milhões de euros, contra 33 mil milhões de euros em 2019, e a percentagem de compras efetuadas quase duplicou de 12% para 23%, de acordo com o relatório anterior da Bain.
Os autores do estudo preveem que o online se torne o principal canal de compras de luxo até 2025, alimentado pelo omnichannel, uma vez que as lojas físicas que oferecem uma experiência única ao cliente do segmento de luxo não serão totalmente substituídas pelo digital.
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