Artigo da autoria de Nuno Lopes Margalha, director e fundador do IPR – Instituto Português de Relojoaria.
Porque é que alguém quereria estudar relojoaria sem ter como único objectivo uma colocação no mercado de trabalho? Embora alguns dos alunos que nos contactam tenham esse objectivo, a maioria não tem. A nossa formação de relojoaria é uma formação inicial, um bom começo para entrar no mundo da relojoaria. Aprende-se o necessário para perceber se esta é uma área a prosseguir profissionalmente, e é o início de um treino individual de vários anos.
Quando estava a desenvolver o escape co-axial, George Daniels falava com Derek Pratt todos os domingos. Nas suas conversas entreajudavam-se, encontravam soluções para os problemas um do outro. Uns séculos antes, a casa Breguet estava inserida numa comunidade de relojoeiros, o próprio Breguet não tinha problemas em indicar que muitas das suas invenções tinham surgido a partir de conselhos de outros colegas. Em Portugal, no Manual do Aprendiz de Relojoeiro, Francisco Barbosa justifica a necessidade de escrever um livro sobre relojoaria pelo facto do conhecimento ser propositadamente ocultado e de difícil acesso para os novos relojoeiros. Há umas semanas, um relojoeiro contou que para aprender o seu ofício teve de espiar o trabalho dos relojoeiros que tinham mais experiência no seu local de trabalho, apontar o que via e estudar em casa, até conseguir aprender o ofício. Há uns anos, a revista Belora publicou um curso de relojoeiro em fascículos para combater esta tendência de ocultar o conhecimento da profissão.
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